Pelo menos 20 palestinianos morreram após um ataque aéreo israelita atingir o popular café Al-Baqa, localizado à beira-mar na zona oeste da Faixa de Gaza, na segunda-feira, 30 de junho. De acordo com socorristas e testemunhas, o local era frequentemente utilizado por jornalistas, ativistas e trabalhadores remotos por oferecer acesso à internet e ambiente de trabalho ao ar livre.
Segundo o serviço de Defesa Civil de Gaza, administrado pelo Hamas, os corpos foram retirados dos escombros juntamente com dezenas de feridos. A explosão deixou uma cratera profunda, e as equipas de resgate continuam as buscas por possíveis vítimas soterradas.
> “A explosão foi devastadora. Eu estava a poucos metros do local para usar a internet quando tudo aconteceu. Corri para ajudar, mas a cena era horrível — corpos no chão, gritos por todos os lados,” contou Aziz Al-Afifi, cameraman de uma produtora local.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram o momento exato do impacto do míssil, supostamente lançado por um caça israelita. As imagens captam o pânico e a destruição logo após a explosão.
O ataque ocorre num contexto de intensos bombardeamentos em vários bairros densamente povoados da cidade de Gaza, como Shujaiya, Tuffah e Zeitoun, onde escolas e abrigos de deslocados também foram atingidos.
Segundo relatos locais, uma escola em Zeitoun que acolhia famílias deslocadas foi atingida, e cinco pessoas morreram num ataque ao campo de refugiados Al Shati, no oeste da cidade.
Moradores relataram ter recebido mensagens de voz em árabe, orientando a evacuação imediata das áreas-alvo. Muitas famílias fugiram para outras partes da cidade sem saber para onde ir.
“É a sétima vez que fugimos. Não temos comida, nem água. Os meus filhos estão com fome. A morte parece mais misericordiosa do que esta vida,” lamentou Abeer Talba, mãe de sete filhos.
O ataque ao café Al-Baqa coincidiu com ordens de evacuação emitidas pelas Forças de Defesa de Israel (IDF), numa das maiores movimentações desde a retomada da guerra em março. O número total de mortos em Gaza ultrapassa agora 56 mil, segundo o Ministério da Saúde local.
O exército israelita ainda não comentou oficialmente o ataque. Enquanto isso, cresce a pressão internacional sobre o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu para que aceite um novo acordo de cessar-fogo.
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou recentemente que Israel está em negociações com o Hamas. No entanto, fontes próximas aos mediadores indicam que as conversações estão estagnadas, apesar da intensificação dos esforços diplomáticos.
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