Enquanto muitos africanos criticam as exigências de vistos impostas por países como China e nações europeias, há uma realidade silenciosa e dolorosa dentro do próprio continente: africanos continuam exigindo vistos uns dos outros, mesmo entre nações vizinhas e irmãs.
Exemplos chocantes não faltam:
•Um cidadão de Angola precisa de visto para entrar na RDC, apesar de partilharem história, fronteira e cultura.
•Um queniano precisa de autorização para visitar os Camarões.
•Um namibiano necessita de visto para entrar no Togo.
•Um nigeriano não pode visitar a Tanzânia livremente.
Antes de apontarmos o dedo à Europa ou à China, talvez devêssemos nos perguntar: por que é que os próprios países africanos continuam a erguer barreiras entre si?
O continente africano tem um futuro promissor, mas esse futuro depende da quebra das barreiras coloniais que ainda dividem a nossa gente. As fronteiras que hoje separam irmãos foram traçadas por interesses alheios à África, e devem ser ultrapassadas com políticas que promovam a livre circulação, a solidariedade e o desenvolvimento conjunto.
Este é um apelo à consciência continental, um grito de união para que a África cresça como uma só voz, uma só nação, um só povo.