Um dos maiores estudos já realizados sobre os efeitos da cannabis revelou que seu consumo pode dobrar o risco de morte por doenças cardiovasculares, como infarto e AVC. A análise, publicada na revista científica Heart, considerou dados de aproximadamente 200 milhões de pessoas entre 19 e 59 anos, em seis países, entre os anos de 2016 e 2023.
De acordo com os dados, usuários de maconha apresentaram 29% mais chances de infarto e 20% de maior risco de sofrer um AVC, mesmo sem histórico médico prévio que justificasse essas ocorrências. Grande parte dos casos envolvia jovens adultos sem doenças cardíacas pré-existentes.
Especialistas indicam que a forma de consumo — geralmente fumada — pode ter agravado os riscos, expondo os usuários a compostos tóxicos similares aos do tabaco. Além disso, a potência atual da cannabis comercializada, que pode conter até 10 vezes mais THC do que na década de 70, amplia os perigos de dependência e danos cardiovasculares.
Outro estudo publicado em maio de 2025 já havia apontado que até mesmo comestíveis à base de THC podem reduzir em até 56% a função vascular.
A farmacologista Émilie Jouanjus, líder da pesquisa na Universidade de Toulouse, França, destacou que os resultados desconstroem a crença de que a maconha seria inofensiva ao coração, especialmente em versões modernas e mais potentes.
Pesquisadores recomendam cautela, especialmente para pessoas com predisposição a doenças cardíacas, e pedem a ampliação de campanhas de conscientização pública.
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