O comediante angolano Gilmário Vemba foi proibido de entrar em Moçambique no último domingo (20), causando comoção entre fãs e defensores da liberdade de expressão. O humorista, que faz sucesso com críticas sociais afiadas, seria a atração principal do espetáculo “Tons de Comédia” no Centro Cultural Moçambique-China, em Maputo — evento cancelado em cima da hora.
De acordo com informações locais, a recusa de entrada ocorreu no Aeroporto Internacional de Maputo, onde Gilmário e os humoristas Hugo Sousa e Murilo Couto foram detidos temporariamente e, posteriormente, impedidos de permanecer no país. A medida extrema gerou forte reação nas redes sociais, especialmente pelo histórico de Vemba em abordar temas políticos com ironia.
O motivo?
A sua suposta proximidade com Venâncio Mondlane, político moçambicano da oposição, e críticas abertas ao uso de gás lacrimogéneo contra manifestantes, tanto em Angola quanto em Moçambique.
Em sua página no Facebook, Gilmário lamentou:
“Meus irmãos moçambicanos, desculpa pelos transtornos. A partir de amanhã, os vossos valores serão reembolsados pelos mesmos canais de aquisição. Forte abraço. E até quando puder: a comédia é um perigo.”
A situação levanta novamente o debate sobre liberdade artística e repressão política em países africanos, onde, cada vez mais, o humor é tratado como ameaça.
