Como a Urina de Freiras Ajudou a Criar o Primeiro Tratamento de Fertilidade

Parece ficção, mas é ciência. O desenvolvimento de um dos primeiros tratamentos eficazes para a infertilidade contou com um ingrediente inesperado: a urina de freiras. Tudo começou nos anos 1940, quando o cientista Piero Donini conseguiu isolar as hormonas FSH e LH — fundamentais para estimular a ovulação. Essas hormonas estão presentes na urina, especialmente de mulheres na menopausa, quando o corpo tenta compensar a queda da produção ovárica.

Na década seguinte, o médico Bruno Lunenfeld desenvolveu o medicamento Pergonal, com base nesse conhecimento. Mas havia um obstáculo: para cada dose do medicamento, eram necessários litros e litros de urina de mulheres menopáusicas — e era essencial que nenhuma delas estivesse grávida, pois isso comprometeria os compostos hormonais.

Foi então que surgiu uma solução inusitada e sagrada: o apoio da Igreja Católica. O Papa Pio XII, informado por seu sobrinho Giulio Pacelli, entendeu a importância científica do projeto e autorizou a colaboração de freiras idosas que viviam em conventos. Essas mulheres passaram a recolher urina regularmente para o desenvolvimento do tratamento.

O esforço era enorme — cerca de 10 freiras levavam 10 dias para produzir o volume necessário para um único tratamento. Mas valeu a pena: em apenas dois anos, o Pergonal contribuiu para o nascimento de 20 bebês, sendo o primeiro em 1962. Com o tempo, os métodos evoluíram, e as hormonas passaram a ser sintetizadas em laboratório.

Este capítulo curioso da ciência mostra como, por um breve momento, fé e razão se uniram numa missão comum: ajudar casais a realizarem o sonho da maternidade.

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