Moçambique enfrenta uma grave crise humanitária marcada por conflitos armados, catástrofes naturais e a redução drástica de apoios internacionais. A situação no norte do país, especialmente em Cabo Delgado, é considerada crítica, com comunidades deslocadas, infraestrutura destruída e apoio insuficiente.
O aumento da violência terrorista, os efeitos devastadores de ciclones e as tensões políticas após as eleições de 2024 contribuíram para agravar ainda mais a vulnerabilidade das populações. Organizações como a Cáritas Diocesana e a ASAC denunciam cortes severos no financiamento de projetos de assistência, forçando a limitação de ações no terreno.
Moradores de zonas como Mecúfi lutam para reconstruir as casas destruídas pelo ciclone Chido, enfrentando escassez de materiais básicos. A insegurança e os novos ataques em distritos como Meluco, Macomia e Quissanga levaram à fuga de mais de 350 mil pessoas apenas nos últimos meses.
O Conselho Norueguês para Refugiados incluiu Moçambique entre as dez crises de deslocamento mais negligenciadas do mundo, alertando para a ausência de apoio internacional coordenado. Ativistas locais chamam atenção para a urgência de uma resposta estruturada e contínua para evitar o colapso humanitário em curso.