José Filomeno "Zenu" dos Santos, filho do ex-presidente José Eduardo dos Santos, aceitou o indulto concedido pelo atual presidente de Angola, João Lourenço. A decisão marca uma reviravolta, já que, em janeiro, ele havia recusado o perdão presidencial, alegando que anulava a pena, mas mantinha os efeitos da condenação. O Novo Jornal informou que "Zenu" recuperou seu passaporte, que havia sido apreendido, conforme determinação do Tribunal Supremo.
Condenado no mediático caso "500 milhões", José Filomeno dos Santos foi sentenciado em 2020 por envolvimento no desvio de 500 milhões de dólares do Banco Nacional de Angola. O caso foi um dos mais emblemáticos da luta contra a corrupção no país e representou um ponto de inflexão na política angolana, com João Lourenço tentando distanciar-se do legado de seu antecessor.
A aceitação do indulto levanta questões sobre o real impacto das ações anticorrupção em Angola. Para alguns, a medida pode ser vista como parte de um processo de reconciliação política, enquanto outros questionam se isso não compromete a credibilidade da justiça e da luta contra a impunidade. Afinal, até que ponto esses indultos reforçam o sistema legal ou simplesmente demonstram que figuras poderosas sempre encontram um meio de suavizar suas punições?
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